Os ricos e os pobres

Os ricos

Numa cama em que cabem mais umas três pessoas a princesa acorda, pelo menos é como ela é tratada lá em casa, quando chega à cozinha já tem quem lhe sirva o pequeno-almoço, a dona Maria, a sua empregada, os seus pais já tinham acordado uma hora mais cedo para irem trabalhar na empresa, a do pai dela.

A chuva cai no vidro enquanto o limpa-vidros esforça-se ao máximo para tirar a água da frente dos olhos dele, o dono daquele carro de luxo que vai no conforto com o ar ligado no quente e a sua esposa belíssima ao lado, vão jantar fora ao restaurante mais chique da cidade.

Ela não tem uma casa, não lhe podemos chamar de casa, mas sim de mansão e super tecnológica, tudo é controlado através de um clique no seu telemóvel. Vai abrir o frigorífico de duas portas e não encontra muita coisa, pois não gosta de fazer compras, então através do telemóvel pede comida, pode pedir o que quiser, pois o preço não lhe preocupa.

Os pobres

Deitado num papelão, num grande cartão, uma caixa de cartão encontrada provavelmente no lixo, a dormir com um cobertor a tapar o corpo interno numa noite de muita chuva e frio encostado a um edifício.

Numa casa muita velha cheia de humidade, em que a chuva entra pelas janelas, num fim-de-tarde de tempestade a contar o pouco dinheiro a ver se chega para alimentar os dois filhos, a mulher congela de medo e de frio ao ouvir os trovões, pois o frio entra todo naquela casa.

Em um dia chuvoso, a ir nos transportes públicos de manhã cedo para o trabalho a apanhar chuva, molhou a roupa toda e o cabelo, depois chegou a casa só tarde de noite e ainda teve que arrumar a casa e fazer o jantar quando só queria ter um bom jantar já à sua espera para depois se ir deitar.